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sábado, 31 de dezembro de 2011

Entrevista ao Globo Esporte feita pelo craque:

GLOBOESPORTE.COM: Para começar, queria que você falasse sobre sua passagem pelo Lazio. Nem dá mais para falar que é boa fase. Já é quase um ano e meio de bom rendimento, boas atuações....

Hernanes: Está sendo muito importante para mim, tanto como jogador quanto como pessoa. Cresci muito. Tenho evoluído bastante dentro de campo. Tive que jogar em uma posição diferente da que estava acostumado. Jogar mais avançado foi um desafio. Tinha que mudar meu estilo de jogo e evoluí, graças a Deus. Agradeço muito a Ele, agradeço muito à paciência que eu tive para esperar a hora certa de sair do Brasil. Queria sair em um momento legal, depois de fazer alguma coisa pelo São Paulo. Então, cheguei aqui pronto para o desafio. E o pessoal foi incrível. Eu vim com uma expectativa e foi totalmente diferente. Achei que ninguém me conhecesse, mas todos sempre me trataram já de cara como ídolo, como craque, me acolheram super bem. Isso me deixou à vontade. Me senti em casa e contente.

Você não esperava ter tanto prestígio já no começo?

Isso. Não esperava. Achei que fosse ser um cara novo, desconhecido.

Isso foi importante para te dar confiança? Saber que não teria que provar nada para ninguém, que já tinha esse reconhecimento...

Na verdade, temos que provar todo dia no futebol. Aqui, a cobrança é tão pesada quanto no Brasil, dia após dia. Mas o lado bom é que me senti em casa. Não era um estranho no ninho. Cheguei a um país diferente, um time diferente, com pessoas diferentes. A princípio, a reação pode ser te deixarem de lado, mas não foi o que aconteceu. Logo me trouxeram para perto. Esse acolhimento foi fundamental.

Você sempre deixou clara sua preocupação com o aprimoramento em campo. Fora dele, tomou algum tipo de medida para que se adaptasse rápido a Roma?

Eu procurei aprender rapidamente o idioma. Nos três primeiros meses, eu estudei bastante, tinha três aulas por semana, justamente para me sentir em casa. Também estudei a cultura italiana, o modo como eles vivem, a história de Roma... Queria ter uma noção realmente de onde eu estava.

Já visitou todos os pontos turísticos? Coliseu, Fontana Di Trevi, Vaticano...

Gosto da parte histórica de Roma. Sempre que posso, passeio. O Coliseu é o lugar que eu mais gosto. “Gladiador” é um dos meus filmes preferidos e desde que assisti queria conhecer o local, já tinha essa ligação. É impressionante. Os outros lugares eu nem sabia muita coisa.

E o que mais lhe incomoda na rotina em Roma?

O trânsito, que é bem pesado. As pessoas são um pouco mais mal educadas do que no Brasil (risos). Ninguém dá a vez, não. Tem que ficar esperto. De resto, é tudo tranquilo. Eu e minha família gostamos muito da cidade, estamos muito felizes. Sou suspeito para falar, por conta da recepção que eu tive. Foi algo que mexeu muito comigo e me fez gostar da cidade. Depois de ser acolhido dessa maneira, o que eu posso dizer? Não tem defeito.

A relação com o assédio é tranquila? São calorosos como no Brasil?

É tranquilo, mas o jeito dos italianos é mais agitado, mais expansivo.Já aconteceram casos de alguns homens falarem: “Profeta, deixa eu dar um beijo em você”. E me beijarem, já que é algo normal para eles. É diferente.

Como você lida com essa questão do fascismo da torcida do Lazio, que é algo que gera muita polêmica?

Rapaz, falando sinceramente, tenho uma frase que diz: “Quando você não olha para uma realidade, é como se ela não existisse”. Não compactuo com essas coisas. Então, não procuro saber. Mas não sinto nada de diferente ou estranho em relação a isso. Nunca vi nenhum tipo de manifestação. Se não procuro, não acho. Faço o meu trabalho e não me preocupo com questões que não estão na minha alçada.

Nos tempos de São Paulo, você tinha a ajuda de um amigo cientista para evoluir tecnicamente. Chegou a melhorou suas estatísticas com isso. Como você tem buscado essa evolução agora na Itália? Atingiu o nível que lhe satisfaz?

Minha preocupação era muito com a parte física. Desde pequeno, eu joguei muito salão e não conseguia render em campo. Apesar de ir bem na parte técnica, a capacidade física dos outros era melhor. Agora, cheguei a um nível em que isso foi embora. Até há bem pouco tempo, eu sentia essa dificuldade, sentia os outros mais fortes do que eu. Hoje, alcancei minha maturidade como adulto. Cheguei ao nível que eu queria e estou feliz com isso.

E em relação à parte técnica?

Antigamente, eu gostava de receber as bolas dos zagueiros e dos laterais, conduzir, driblar e chutar em gol. Mas eu queria mais. Não queria só lançar, queria também receber um lançamento, fazer a função de pivô. Enfim, utilizar mais espaços do campo. Hoje, consigo fazer isso. É o que me dá prazer, o que me deixa satisfeito comigo mesmo.

De que forma você acha que alcançou esse nível?

Eu tenho um amigo cientista que tem um livro sobre o futebol, que fez algo que ninguém fez: colocou no papel tudo que um jogador com e sem a posse da bola tem condições de fazer em campo. Ele demorou 50 anos para colocar tudo ali. As técnicas, o espaço, o tempo, o porquê, para que... E isso me ajudou muito nesse crescimento.

Queria que você falasse um pouco sobre o Lazio em si. Até onde você acha que essa equipe pode chegar? É o segundo ano brigando na parte de cima da tabela, mas em 2011 faltou fôlego na reta final. Desta vez dá para brigar pelo título?

Estamos bem de novo, a base do ano passado foi mantida e o time foi bem reforçado. Estamos melhor qualificados em relação a peças. Enquanto tivermos condições, vamos brigar pelas cabeças. Esse é o nosso pensamento até o fim.

O Lazio, então, tem força para brigar com Milan e Juventus?

Isso. Enquanto ninguém deslanchar, vamos lutar. Fala-se muito. Se ganhamos um jogo, logo perguntam: “Esse é o time do scudetto?”. Ué, se temos chances, vamos brigar pelo negócio, né?

E como você planeja seu futuro na Europa: o Lazio é um clube que lhe satisfaz ou é um caminho para alcançar um grande, como Real Madrid, Manchester, entre outros?

Estou muito feliz aqui. Estou preocupado com o meu crescimento, penso somente nisso. O mais eu deixo acontecer. Não quero me pensar na frente. Somos muito assim, de viver ou no futuro ou no passado. Eu estou concentrado em desfrutar e viver o momento atual. Se for para ficar, seria uma boa. Gosto muito daqui.

Queria que você falasse um pouco sobre o Klose, que é um jogador não muito prestigiado no Brasil, apesar dos números, e tem realizado uma temporada excelente...

É uma excelente pessoa. Um cara muito profissional, de grupo, sem nenhuma marra. Com o nível em que chegou, podia se sentir especial, mas é muito humilde. Já como jogador, me tornei fã dele. Via de longe e achava que só fazia gol, mas é um cara que sabe jogar, é veloz, artilheiro, coloca os outros nacara do gol. Sou fã.

Você discorda, então, de quem fala que ele não é nada além de um bom atacante em jogadas aéreas?

Essa é a imagem que nós tínhamos, mas é um cara inteligente para jogar. Dá opção ao meia. E não é um atacante egoísta, que só quer fazer gols. Me surpreendi.

Acredita que ele tenha futebol para jogar até 2014 e tentar quebrar o recorde de gols do Ronaldo em Copas do Mundo justamente no Brasil?

Nunca conversamos sobre isso, mas acho que sim. Fala-se muito de idade,só que cada jogador é diferente. Quando há um objetivo, uma vontade, isso supera qualquer cansaço, supera tudo. O estímulo é importante. Acho que ele tem lenha para queimar, sim.

Por falar em Copa, você retornou à Seleção nos últimos quatro amistosos após oito meses ausente (desde a expulsão contra a França, em fevereiro). Imagino que tenha sido um período de angústia, dúvidas...

De angústia, não. Eu estava me preparando. Foi até legal, porque muita gente achou que o Mano (Menezes) estava me dando algum tipo de castigo, mas eu nunca vi dessa maneira. Ele sempre foi muito coerente. Quando me convocou da primeira vez, ele foi bem claro ao me escalar como volante. Depois, no Lazio, eu mudei minha posição, e ele não me via como um jogador para essa posição de meia. Esses meses foram necessários para que eu evoluísse e me aprimorasse em campo. Foi isso que aconteceu. Cresci e estava preparado quando chegou a oportunidade. Nunca recebi nenhum castigo. É o que ele fala e o que eu vejo. Essa volta foi especial. Pude fazer meu primeiro gol, mesmo que não tenha sido contra uma equipe importante no cenário mundial. Estou feliz por conseguir dar um passo na Seleção, já que antes eu não tive oportunidades. Para você ver, nesses últimos dois jogos eu joguei mais do que em todas as convocações anteriores. Mostra que eu estava pronto. Terminei o ano deixando uma boa impressão.

Aquela oscilação constante na Seleção, desde as Olimpíadas com o Dunga até esse período ausente, era algo que incomodava, fazia refletir em busca de uma explicação?

Me fazia refletir e buscar uma estrada para mudar isso. Tinha muita vontade de realmente ser um jogador de Seleção, mas sempre acontecia alguma coisa. Eu nunca achava que a culpa era dos caras. A responsabilidade pela minha vida é minha. Então, continuei a buscar o que estava faltando para engrenar. Faltava tempo, faltava amadurecimento, faltava estar pronto. Quando apareceu mais uma vez a oportunidade, eu estava pronto e pude aproveitar.

Depois de duas temporadas como destaque do São Paulo campeão brasileiro, você consegue identificar o que realmente lhe impediu de ter uma sequência na Seleção após a Olimpíada e te tirou da Copa?

Eu nunca sonhei muito com a Copa de 2010. O Dunga não me permitiu sonhar. Ele nunca me convocava. Eu nem esperava ir. E teve uma coisa importante que eu percebi na Olimpíada. Eu jogava de volante no São Paulo com três zagueiros. Já em Pequim, com uma linha de quatro no fundo, eu me programei para não sair tanto ao ataque como era de costume no São Paulo. Procurei dar um suporte maior defensivo e organizar as jogadas. Na minha cabeça, eu tinha feito bem o trabalho que me propus a fazer. Só que na cabeça do Dunga e das pessoas, que se acostumaram a ver o Hernanes chegando ao ataque como homem surpresa, chutando a gol, faltou alguma coisa. Minha preocupação estratégica em campo me atrapalhou. Esperavam uma coisa e eu estava disposto a fazer outra. Para você ver, um pequeno detalhe faz a diferença. Hoje, aprendi com a lição. Tudo é um processo de crescimento.

Você falou que não viu a ausência como castigo. Quando você voltou à Seleção, contra a Costa Rica, o Mano lhe chamou e esclareceu alguma coisa?

Eu acho que o treinador quando te coloca para jogar não fala que está te escalando por isso ou aquilo. Ele fala o que você tem que fazer em campo. Se o jogador está entrando, é porque tem a confiança. Se está saindo, é porque não é o certo no momento para ele. Não tem que dar explicação.

Aquele lance com a França ficou muito tempo na sua cabeça? Foi algo que te fez mal?

Não, não. Na verdade, só fui perceber a gravidade depois, quando vi o vídeo. Aí, eu falei: “Poxa, realmente eu merecia ter sido expulso”. Entendi o negócio. Procurei encontrar dentro de mim o motivo daquela coisa. Estávamos em um clima por não ganhar da França, pensávamos: “Vamos ter que pegar os caras hoje e tal”. Então, é uma reação de excesso de vontade. Normal. Da próxima vez já fico sabendo que não preciso matar ninguém, não. É só jogar futebol (risos). Não é preciso querer mais do que o necessário. Futebol é jogado com a bola.

Você já falou que na Lazio se tornou outro tipo de jogador. Então, você concorda com o Mano que agora a briga é por uma vaga como meia? Disputando com Ganso, Kaká, Ronaldinho... A briga é pesada.

É verdade. Eu penso o seguinte: depois de todo esse processo por que eu passei, jogando em várias posições, já fui lateral-esquerdo, direito, volante, segundo atacante e agora como meia, todo esse caminho me fez um privilegiado. Meu objetivo sempre foi executar mais técnicas em campo. Consigo executar a técnica de marcação, toque de bola, chute, finalização, passe para servir o companheiro... Então, minha posição hoje é essa: sou meio de campo. Pode ser mais na frente ou mais atrás. É questão de necessidade. Eu faço isso aqui no Lazio. O futebol não é um jogo de robô, é um jogo de movimento. Cheguei a um nível que posso desempenhar as duas funções.

Dispensa qualquer tipo de rótulo...

É. Eu sou assim. Eu não concordo com esse sistema que vivemos. Se o cara escreve com a direita, logo dizem: ele é destro. Colocam um rótulo. Não, ele não é direito ou esquerdo. Ele escreve ou chuta com um lado do corpo com maior facilidade ou em maior quantidade. Mas todos nós temos a capacidade de utilizar os dois lados do corpo. Eu, por exemplo, fazia tudo com a direita e, para provar que somos capazes de desenvolver outras coisas, hoje só escrevo com a esquerda, faço tudo com a esquerda. Não gosto de rótulos. Não é porque um cara teve uma fraqueza e roubou uma coisa que ele é ladrão. Gostamos muito de rotular as coisas e não concordo. Prefiro analisar e observar bem.

E qual foi o processo para desenvolver essas outras partes do corpo?

Tudo nasceu de uma vontade que eu tinha de ser canhoto. Eu via os caras escrevendo, chutando, e achava muito estiloso. Eu já tinha uma noção de chute com a esquerda e passei a aprimorar mais os dribles. Hoje, para driblar, eu uso mais a esquerda. Já para chutar, a direita é mais precisa. Tudo vem desse trabalho de querer ser canhoto. No começo, fazia tudo bem devagar. O segredo é a repetição. Escrevia os pontilhados com a direita e depois cobria com a esquerda. É assim que o cara aprende.

Sobre o São Paulo, como você tem visto esses últimos dois anos ruins? Depois que você saiu, o time ficou sem a vaga na Libertadores e tem recebido muitas críticas...

Somos acostumados a falar que é natural depois de uma fase muito boa vir um estágio ruim, mas o Barcelona tem quebrado todos esses rótulos, né? Reformula a equipe, muda, mas segue ganhando. Enfim, nosso treinador no Lazio fala uma frase: “Todo mundo é útil, mas ninguém é indispensável”. Então, não acho que seja a minha saída que faça a diferença. É só um momento. Eu achava que neste ano a equipe ia ser forte, brigar por tudo. O time começou bem o ano com Lucas, Dagoberto, o Jean... Torci bastante, porque são meus amigos, é o clube que tenho grande carinho e devo muita coisa. Mas depois as coisas não deram tão certo quanto parecia. É só uma fase, só um ano. Estou na torcida para no ano que vem dar tudo certo.

Qual que é o seu sonho hoje? Seu maior objetivo de carreira? Aquele que se você fosse na Fontana di Trevi com uma moedinha seria o seu pedido?

Isso aí não iria acontecer, não (risos). Eu não acredito nessas coisas. Acredito na vontade para realizar os sonhos. Tenho um sonho muito grande que é a Copa de 2014. Na verdade, são dois sonhos. Fazer alguma coisa bonita com o Lazio agora e, depois, em 2014. São as coisas que eu quero muito para minha vida.

Para fechar, eu queria uma frase do “Profeta Hernanes”. Uma frase que norteie sua vida, sua carreira...

A frase que norteia minha vida é uma parte de um versículo bíblico que diz: “Na tranquilidade e na confiança está a minha força”. É isso. Tranquilo e confiante. Esta é a minha força.









Da voadora a cabeçada, Hernanes se recicla e quer brilhar na Seleção.

Completo e complexo. Assim pode ser definido Hernanes. Sedento por aprendizado, o brasileiro do Lazio foge do lugar comum dos jogadores de futebol e vive em busca de aprimoramento. Para isso, vale-se até da ciência. Foi graças a essa postura que deixou um início claudicante para trás e se tornou ídolo no São Paulo, status que mantém desde o primeiro dia em Roma. Foi também essa busca do autoconhecimento que o fez terminar em bons termos uma temporada que se desenhava negativa na Seleção.
Em campo, Hernanes já contou com a ajuda de um amigo estudioso da bola para se tornar mais completo, seja como volante ou meia. Fora dele, a reflexão sobre os próprios atos e limites foi companheira no caminho entre a voadora que atingiu o peito de Benzema e a cabeçada certeira em amistoso diante do Gabão. Da expulsão contra a França, em fevereiro, até o primeiro gol pela equipe nacional, 10 meses se passaram, oito deles sem sequer ser lembrado por Mano Menezes. Período que o jogador não encara como castigo, mas como necessário para o aprendizado.

- Esses meses foram necessários para que eu evoluísse. Foi isso que aconteceu. Cresci e estava preparado quando chegou a oportunidade. Nunca recebi nenhum castigo. Estou feliz por conseguir dar um passo na Seleção, já que ante seu não tive oportunidades. Para você ver, nesses últimos dois jogos (contra Gabão e Egito) eu joguei mais do que em todas as convocações anteriores. Mostra que eu estava pronto. Terminei o ano deixando uma boa impressão.

Em pauta, o sucesso no Lazio, as ambições no calcio, a surpresa com o futebol de Klose e o momento ruim do São Paulo após sua saída. Nada, porém, mexe mais com Hernanes que a Seleção Brasileira. Com a Copa de 2014 como meta, ele descarta rótulos. Não se vê como rival de Ronaldinho, Ganso e Kaká por uma vaga como meia, mas também não se coloca apenas como um volante. Hernanes prefere se definir como útil onde Mano desejar.

- Depois de todo esse processo que eu passei, jogando em várias posições, me sinto um privilegiado. Meu objetivo sempre foi executar mais técnicas em campo. Consigo executar a técnica de marcação, toque de bola,chute, finalização, passe para servir o companheiro... Então, minha posição hoje é esta: sou meio de campo. Pode ser mais na frente ou mais atrás. O futebol não é um jogo de robô, é um jogo de movimento.

O “Profeta” deixou também uma frase de efeito que pavimenta sua estrada em busca do sucesso:

- Na tranquilidade e na confiança está a minha força. É isso. Tranquilo e confiante. Esta é a minha força.


Fonte: Globoesporte.globo.com

Homenagem a Hernanes, por Fã Clube Hernanes.